segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Balaio Cultural 2011



Entre os dias 16 e 20 de novembro deste ano (semana passada), a cidade de Boqueirão-PB recebeu atrações culturais de diversas partes do país.

Foi um Balaio intercultural, na verdade, com dança regional nordestina, country, dança africana, capoeira, ballet clássico, danças gaúchas, teatro, música regional, MPB, literatura, oficinas de leitura e escrita, oficinas de dança e de música, enfim, não dá para acrescentar um et cetera e omitir tanta diversidade que semeou o solo semi-árido do Cariri.

Claro que todo evento desta natureza gera críticas positivas e negativas, desde a organização, a pontualidade, o espaço, o acolhimento do público, a imagem do evento como um todo, a divulgação e, não esquecendo, o feedback que é, a meu modesto entender, o alvo dessa produção toda. E é justamente sobre essa troca entre artista e público que quero tecer alguns fios argumentativos.

Notadamente nosso povo boqueirãoense ainda não aprendeu, após esses 6 anos, desde a realização do primeiro balaio cultural (este foi o 5º ano do evento - é meio complicado explicar agora), o que é um evento cultural e o valor dessas expressões artísticas para a nossa cultura e para a formação do nosso caráter.

Estive, no dia 18, assistindo a uma das apresentações do Balaio Cultural, e na saída encontrei com o ex-prefeito João Fernandes que comentava sobre alguns aspectos desse evento. E em um dado momento, eu disse a ele que "Temos um Balaio cultural, mas o público é de circo". Ele, imediatamente, acrescentou que infelizmente o público do Nordeste ainda é 90% de circo (óbvio que não estou querendo depreciar ou ofender os artistas de circo). Isso me fez refletir um pouco sobre todo esse investimento que os governos federal e estadual vem fazendo em nossa Região e me fez ver que é muito importante que haja, primeiramente, uma reeducação cultural ou, em alguns casos, uma alfabetização cultural para que nosso público deixe de ser "público de oba-oba" e passe a um nível cultural digno de um país realmente em desenvolvimento.

Deixe estar, isso é só um lapso. Voltemos à vida real e ao trabalho nosso de cada dia. O panis et circenses fica pra outra hora.

Nenhum comentário:

Postar um comentário