quarta-feira, 5 de junho de 2013

LENDAS DE BOQUEIRÃO

Lendas de Boqueirão

As narrativas fantásticas
Pela oral transmissão
Há muito tempo, passadas,
Transmitidas, elas são.
Combinam o fictício,
Muitos poetas de ofício,
Com fatos muito reais,
De vez em quando procuram
Inventar ‘causo’ e misturam
Com os sobrenaturais.

Pois não é que essas lendas
Povoam todo lugar;
E habitam o imaginário
Do nosso povo de cá.
Outro dia mesmo ouvi
Um cantadorzinho daqui
Fazer um verso medonho.
Eu fiquei foi assustado,
Temeroso, amedrontado,
Desejei que fosse um sonho.

Dizia ele: - rapaz,
Escute este improviso,
Vou te contar uma história,
Estou certo do juízo,
Que no dia dezesseis
Andava eu e mais três
Amigos de presepada
Foi quando um estrondo deu,
Não sei o que aconteceu,
Ouvi somente a lapada.

- Mané! – eu disse – O que é isso
Que está acontecendo?
E quando eu olhei pra ver
Os cabra tava correndo.
Eu fiquei foi assustado
E olhei pra todo lado
Pensando que era o fim...
As pernas não se mexia,
Foi me dando uma agonia,
Um “trambei” vinha até mim.


  
- O povo andava falando
De um carro véi assombrado,
Que prumode um acidente
Virou bicho enfeitiçado.
E de noite dá pra ver
O seu farol acender
E de repente sumir.
Olhei pra banda do rio
Foi me dando um calafrio
Não consegui nem dormir.

- Voltando a falar do causo
E do estrondo que deu...
Era o carro véi que vinha
E já tava perto d’eu.
Aquele esprito chegava
E eu já me arrupiava
Num gosto nem de lembrar.
Acredite seu doutor
Pois não é que aquele horror
Queria era me pegar.

- Nisso eu tirei na carreira,
Corri pra chegar em casa.
As minhas pernas tremiam,
Meu pé parecia brasa.
Na carreira que eu dei
Não sei por onde passei,
Eu tava tão assustado,
Senti um cheirinho ruim,
E meu pai me disse assim:
Tu tá é todo cagado.



Autor:  Kleber Brito

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