quinta-feira, 30 de agosto de 2018

A Cheia

Na cabeceira do Rio Paraíba, o bolo d’água desarnou.
A tromba vinha de pé em pé, arrancando tudo que era mameleiro, algaroba, aveloz, juazeiro, cardeiro, vaca, jumento e até gente.
Compadre Celestino acordou com a cama boiando quase chegando à forquilha do Boqueirão.
Dona Inácia rezadeira tremia mais do que vara verde, amuntada na cumeeira da casa velha que boiava rio abaixo.
E o povo todo assustado, de portas e janelas abertas, com a luz fraca do candeeiro velho a alumiar na escuridão cinza daquele mundo d’água que caia em minha terra.
Eita cheia forte da gôta!
Autor: Kleber Brito

Nenhum comentário:

Postar um comentário