sábado, 31 de dezembro de 2011
Crônica do último dia
sábado, 24 de dezembro de 2011
O Aniversariante de 25 de dezembro
O Aniversariante de 25 de dezembro
quinta-feira, 22 de dezembro de 2011
Crônica natalina
Pois é, parece que na Bíblia de muita gente, está escrito assim:
"E tendo nascido PAPAI NOEL na Lapônia ou no Polo Norte, no tempo do rei COELHINHO DA PÁSCOA, eis que umas RENAS vieram do oriente à América, dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos cristãos modernos? Porque vimos a sua Coca-cola no oriente, e viemos adorá-lo."
ao invés de
"E tendo nascido JESUS em Belém da Judéia no tempo do rei Herodes, eis que uns magos vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no oriente, e viemos adorá-lo." Mateus 2.1-2
Deus tenha misericórdia de todos nós e faça resplandecer sobre nós o Seu rosto.
Kleber Brito
domingo, 18 de dezembro de 2011
Véspera de Natal
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Perguntas crônicas.
Chegou o fim do ano, estamos no último mês. E para nós, professores, é um misto de felicidade e preocupação.
Felicidade, porque o ano letivo finda e com ele cessam os registros nos diários, o preenchimento de notas, o planejamento semanal de atividades, as reclamações dos pais de que seus filhos não são suportáveis em casa e que devem sê-lo na escola, aquele lenga-lenga de "Desliga o celular!", "Ponha no modo silencioso!" etc; cessam ainda as correções de atividades, de trabalhos escolares, de revisões de textos ilegíveis (na tentativa de encontrar algum sentido). Puxa, vida de professor não é o que você imagina!
Por outro lado, fica ainda uma pontinha de preocupação com os alunos; com os "bons" alunos e com os "maus" alunos.
Recentemente li um artigo de um escritor paranaense que tratava desse assunto e fiquei intrigado na semelhança da realidade que ele descrevia com a que estou inserido. Ele falava que muitas vezes os alunos que consideramos "bons" como os caladinhos ou os quietinhos não são necessariamente bons, na perspectiva da aprendizagem efetiva. Segundo esse escritor, muitos desses alunos não atrapalham "o bom andamento da aula", mas também não contribuem com a aula para o desenvolvimento das habilidades e competências exigidas pelo TRIBUNAL SUPREMO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA. E há ainda aqueles "benditos" alunos que passam a aula toda conversando, inquietos, e que muitos julgam como "maus" alunos, mas que têm uma capacidade criativa enorme e um potencial de desenvolvimento cognitivo superior ao do próprio professor.
Isso me fez refletir sobre minha atuação por todo esse ano que passou. Fui um bom filho? Fui um bom amigo? Fui um bom irmão? Fui um bom cidadão? Fui um bom professor? Silêncio...
Mas enfim, estou feliz porque cessam as atividades todas e tenho um pouco de paz para relaxar na companhia de parentes e amigos. Contudo, martela na minha mente se eu cumpri o papel de que me incumbiram: Contribui para a formação ou transformação do senso crítico dos meus alunos? Consegui fazer com que eles valorizassem e respeitassem a cultura, a língua e o pensamento do outro? Será que, por meu intermédio, eles passaram a ler mais, a escrever mais, a gostar de literatura e a apreciar música de qualidade?
A resposta é "NÃO SEI!". Não dá pra saber agora. Talvez um dia, quando eu morrer, alguém venha a colocar na lápide fria, ou em uma faixa memorável "PARABÉNS, PROFESSOR! VOCÊ CUMPRIU SEU PAPEL!". Talvez não.
"D'estar"... Ano que vem recomeço.
Sugestão de leitura: "O elefante"
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
VALORAÇÃO CRÔNICA
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
Questão crônica.
QUESTÃO OU NÃO QUESTÃO? EIS A QUESTÃO.
Professor Kleber Brito
Sabe aquelas pragas que infestam uma planta e aos poucos, sem que o dono tenha tempo de tomar as devidas providências, se alastram pela lavoura toda? Pois é. Não pense que na língua falada ou escrita é diferente. Vez por outra, com o descuido dos milhões de cultivadores das palavras, uma moda se incorpora na língua “e aí já era!”.
Talvez você já tenha se contaminado com a praga da “questão”. E, de repente, quando você tentava transmitir uma informação mais bem elaborada ou mesmo num momento informal, a “questão” aparece.
Eu explico melhor. Dois amigos conversam sobre a política brasileira:
- Como você entende a questão do aumento salarial dos professores?
- A questão não é essa. A questão é que muito se tem falado na qualidade da educação...
Viu? Percebeu o nódulo? Não? “Pera aí”!
- Professora, e a questão das drogas nas comunidades?
- Querida, os traficantes são os grandes responsáveis, mas a questão da polícia combater é outro problema.
Dos feirantes aos professores universitários, a questão tem tomado conta de tudo. Recentemente, em uma palestra a mediadora soltou essa:
A sociedade precisa pensar na questão da criança hoje.
Ela poderia ter dito “A sociedade precisa pensar na criança hoje”; ou “A sociedade precisa pensar nos problemas que as crianças enfrentam hoje”; ou ainda “A sociedade precisa pensar na condição da criança hoje”. Mas ao invés disso, não, claro que não! Ela enfia a questão no meio.
Acho que meu bom leitor entendeu a questão[1], digo, o problema. Não é mesmo?
Enfim, como não é uma questão digna de um debate acadêmico, é melhor partir para outra questão, pois esta já está se tornando uma questão repetitiva. Porém, como ninguém se importa com essa questão, é melhor abordar a questão das enchentes, a questão da política, a questão do aquecimento global além de outras questões.
Qual a próxima questão a ser discutida?
Será uma crônica?
domingo, 4 de dezembro de 2011
Crônica do pão de cada dia
Seu Jota levantou-se logo cedo. Preparou o café, meio ralo e doce. Comeu meia bolacha mais um naco de pão. Era só o que tinha.
O Sol também se levantou logo cedo. Preparou os raios, o calor, comeu um pouco daquela matéria de que são feitas as estrelas e foi-se.
Sairam ambos para o trabalho. Seu Jota, um pouco abatido, levava consigo suas ferramentas de fazedor de vida; já o Sol irradiava disposição e alegria.
Chegaram juntos ao campo. O Sol, de imediato, ficou ali paradão. De vez em quando se mexia, como se estivesse a curiar a labuta de Seu Jota, que malhava o ferro da enxada na terra brava.
Seu Jota já há algum tempo tentava extrair "algum roçado da cinza", mas era em vão. A Terra era muito arredia e não mais se abria ao carinho do moço. O Sol, enciumado, sempre punha algum ardor nessa tentativa de Seu Jota de feminilizar um pouco a Terra-macho. Era o diálogo de todos os sempres: cava a cova, põe a pérola, pérola semente, semente pouca, semente parca, água boa, água fina, água seca já não-água; pérola-semente já não semeia, não é mais sua a terra alheia. Fecha a cova, enterra a Terra, enterra os sonhos, enterra a vida.
O Sol do alto nem se incomoda e vê Seu Jota esvair-se em líquidos. Seu Jota volta pra casa, pois sente um vazio na sua alma; pois sente um vazio no seu corpo; pois sente um vazio em seu coração. Porém o Sol permanece lá, como se tentasse desfazer cada pedaço de esperança do sonho de Seu Jota.
O moço então retorna a sua Terra amara, amada, amor, amora amarga. O Sol do seu jeito, inclina-se a ir embora, e nunca dá as costas, sai em retirada. Seu Jota julga ao longe o que gorjeiam as aves, o que sussurram as nuvens e o vento o que declama. Sente a Noite convidá-lo para um passeio de regresso; com suas ferramentas de morte que hoje cavou a cova para a vida, amanhã cavará a cova pra um passeio sem retorno - usa-se enxada, pá, picareta, usa-se as mãos: eis a semente que se joga ao chão.
O Sol foi embora. Seu Jota voltou. Quem sabe em outro dia traçarão novas linhas. O Dia foi bom, a Noite desce com seus sotilégios, e melhor é estar em casa, com cada coisa em seu lugar. Amanhã recomeço.