Lendas de
Boqueirão
As narrativas
fantásticas
Pela oral
transmissão
Há muito tempo,
passadas,
Transmitidas,
elas são.
Combinam o
fictício,
Muitos poetas de
ofício,
Com fatos muito
reais,
De vez em quando
procuram
Inventar ‘causo’ e
misturam
Com os sobrenaturais.
Pois não é que
essas lendas
Povoam todo lugar;
E habitam o
imaginário
Do nosso povo de
cá.
Outro dia mesmo
ouvi
Um cantadorzinho
daqui
Fazer um verso
medonho.
Eu fiquei foi
assustado,
Temeroso,
amedrontado,
Desejei que fosse
um sonho.
Dizia ele: - rapaz,
Escute este
improviso,
Vou te contar uma
história,
Estou certo do
juízo,
Que no dia
dezesseis
Andava eu e mais
três
Amigos de
presepada
Foi quando um
estrondo deu,
Não sei o que
aconteceu,
Ouvi somente a
lapada.
- Mané! – eu
disse – O que é isso
Que está
acontecendo?
E quando eu olhei
pra ver
Os cabra tava
correndo.
Eu fiquei foi
assustado
E olhei pra todo
lado
Pensando que era
o fim...
As pernas não se
mexia,
Foi me dando uma
agonia,
Um “trambei”
vinha até mim.
- O povo andava
falando
De um carro véi
assombrado,
Que prumode um
acidente
Virou bicho
enfeitiçado.
E de noite dá pra
ver
O seu farol
acender
E de repente
sumir.
Olhei pra banda
do rio
Foi me dando um
calafrio
Não consegui nem
dormir.
- Voltando a falar
do causo
E do estrondo que
deu...
Era o carro véi
que vinha
E já tava perto
d’eu.
Aquele esprito
chegava
E eu já me
arrupiava
Num gosto nem de
lembrar.
Acredite seu
doutor
Pois não é que
aquele horror
Queria era me
pegar.
- Nisso eu tirei
na carreira,
Corri pra chegar
em casa.
As minhas pernas
tremiam,
Meu pé parecia
brasa.
Na carreira que
eu dei
Não sei por onde
passei,
Eu tava tão
assustado,
Senti um
cheirinho ruim,
E meu pai me
disse assim:
Tu tá é todo
cagado.
Autor: Kleber Brito
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